Flavinha foi entrevistada pela Jornalista Mara Luongo que publicou a matéria na Revista Yes!Teen.
Em "Gloss nos gramados" Flavia Guedes, de 17 anos, mostra que é legal, sim, uma garota jogar futebol."
Ela conta que jogava futebol com os meninos desde pequena, sempre incentivada pela família e que o esporte serviu de estímulo para os estudos. Conta também como os meninos se interessam pelas suas atividades e o charme que isso imprime a menina que joga bola. Flavinha também fala de suas espectativas, das dificuldades da modalidade no país do futebol, das lutas diárias e da vontade de ser cada vez melhor. Sobre sua postura como atleta, ela valoriza o comportamento saudável, livre de vícios e badernas, com alegria e naturalidade.
Veja na Revista YES!TEEN de novembro que já chegou nas bancas!
Comecei a jogar futebol bem pequena, com 5, 6 anos, com meus amigos. Eu via eles treinando e ficava morrendo de vontade de estar no meio deles. Aos 9 anos, o treinador do time infantil masculino me convidou para a equipe que ele comandava e participar dos campeonatos. Fiquei muito feliz!
Desde o início tive o apoio dos meus. Minha mãe só tinha medo de que eu me machucasse pois os meninos são mais fortes. Nos finais de semana minha família ia assistir aos treinos e aos jogos, torcendo, fotografando, filmando isso continua até hoje.
Muita gente pensa que vida de atleta é fácil, mas estudo de manhã, treino todos os dias à tarde e volto pra casa à noite, exausta. Como sou goleira, vivo machucada, enfrento dores, contusões, tudo para alcançar minha melhor performance.
Meu time é praticamente minha segunda família. A gente passa muito tempo juntas, então temos que ser unidas e nos apoiarmos. Claro, também temos nossos momentos divertidos.
Embora eu não tenha muito tempo para estudar, o esporte nunca interferiu no meu desempenho escolar. Quando eu era menor, minha mãe usava o futebol para melhorar minhas notas. Se meu rendimento caísse, ela não me deixava ir treinar.
Apesar de me dedicar ao esporte, tenho uma vida social normal, mas não sou baladeira. No máximo, vou ao cinema, ao shopping, stand up, Parques, programas mais tranquilos. A única exceção é o carnaval da minha cidade, que eu adoro! Mas nem nessa época deixo de ser atleta. Não bebo e não fumo.
Além de ser a minha paixão, o futebol também me favorece com os garotos. É muito engraçado: eles ficam curiosos, querendo saber como treino, sobre os campeonatos. Eles torcem por mim e por causa disso rola muita paquera... :=)
O meu grande ídolo é o goleiro Julio Cesar. Fico vendo vídeos dele, prestando atenção no que ele faz, pra me inspirar. Mas também admiro muito o Kaká pela sua postura, sua dignidade dentro e fora dos campos.
Um dos momentos mais importantes da minha trajetória foi quando me mudei pra SP em março de 2010 pra jogar no Palmeiras. Minha mãe e eu fomos ao Museu do Futebol , ela olhou pro Pacaembu vazio e disse: “Olha lá, Flavia, você entrando no campo e eu chorando na arquibancada. “ Achei que isso fosse demorar pra acontecer mas, em dezembro do mesmo ano pisei naquele gramado para disputar a final da Taça São Paulo de Futebol Feminino Sub17. Apesar de estar com o tornozelo e o joelho lesionados, tentei anular minhas dores e joguei muito. Lembro de ter feito uma linda partida! Além de ter realizado meu sonho de jogar no Pacaembu, me proporcionou o convite pra jogar no meu time atual,o Centro Olímpico em 2011.
Assim como toda jogadora de futebol quero ser profissional e participar da seleção brasileira. Mas vou seguir paralelamente uma outra profissão porque, infelizmente,, a categoria feminino ainda não tem patrocínios nem apoio. Ano que vem, começo a cursar Engenharia de Computação, mas queria que meu diploma pudesse ser uma segunda opção.
O que mais me atrai no futebol é a competitividade e a convivência com o time que me traz muitas alegrias.
Seria perfeito ver o futebol feminino respeitado e valorizado no Brasil com a mesma consideração do masculino, sem preconceitos. Vestir a camisa da Seleção Brasileira e saber que o meu país se orgulha de mim.
Flavia Guedes
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