Flavia Guedes: "Metade de mim é um Anjo A outra metade Tsuname O conjunto efeito do momento." (Elis)

"É uma menina,mas se existisse no reino animal um bicho pensativo e belo e eternamente jovem que se chamasse menina, Flavia Guedes seria dessa raça montanhosa."

www.twitter.com/flaviaguedes_gf

http://www.facebook.com/flaviaguedes.fg

Flavia Guedes, jogadora de futebol, atualmente nos EUA onde vai passar os próximos anos competindo pela NAIA (Liga Universitária norte-americana) e buscar sua realização acadêmica. Foi goleira do São José no 1º semestre de 2013 e no mesmo período passou pela Seleção Brasileira sub-20. Jogou pelo Centro Olimpico em 2011 e 2012, em 2010 jogou no Palmeiras onde era meia direita e foi apontada como goleira pelo Preparador Claudio.


Abaixo, a transcrição da sua primeira entrevista feita pela Lu Castro, do site Futebol para Meninas em 4 de setembro de 2010 - LanceNET:

Hoje ela é goleira do Palmeiras feminino, mas Flavia Guedes, a mineirinha de 16 anos que veio pra São Paulo para jogar futebol, já foi atacante, meia e tem em sua mãe, sua maior incentivadora. Conheça um pouco da história desta menina, uma das várias guerreiras que luta muito no universo do futebol feminino.

Ela começou a jogar aos 9 anos, em um time de meninos na cidade de Mar de Espanha, na Zona da Mata mineira, treinada por Moebio Felicissimo, a quem ela deve tudo no aspecto futebolístico. Com 12 anos, entrou no Núcleo do Vasco e foi notada pelo olheiro do CEPE/Caxias, chegou a treinar no clube carioca, mas não quis ficar longe da familia e voltou para Juíz de Fora. Foi quando sua mãe Leda Guedes, encontrou o time do Benfica Sport Clube e Flavia começou a jogar com meninas. Flavia contava então com 14 anos e atuava com atacante.

Em 2009, jogando pelo time do colégio Vianna Jr, Flavia se destacou e ganhou troféu como melhor jogadora na categoria infantil de Juíz de Fora de 2009. Sobrinha do boleiro Ivan Guedes, Flavia tem o apoio de toda familia, tanto que se deslocaram de Juíz de Fora para trazê-la para as peneiras do Santos (onde passou mal e não foi para a segunda etapa) e Palmeiras, onde foi avaliada e aprovada inicialmente como meia.

Flavia, sua mãe Leda e as irmãs Gabriela e Ingrid

A aprovação na peneira do Palmeiras fez com que a familia toda se mudasse para São Paulo. Com as constantes contusões sofridas pelas goleiras palestrinas, Flavia entrou no revezamento no gol e se destacou, ganhando a posição com o apoio do preparador de goleiras, Claudionor. Com 1,70m, 54 kg e chuteira número 37, a posição exigiu do físico da atleta, que agora está contundida e segue em tratamento.


Flavia cursa o 2º ano do ensino médio, não curte baladas, e perguntada se rola um namorado, ela nos disse: “Não dá tempo…jogamos em Itatiba no mês passado pelo Projeto Pedra Azul, até fiquei com um gatinho de lá, jogador de volei mas na distância, virou amizade.” Perguntamos sobre ser paquerada por torcedores palmeirenses, ela nos disse que é muito raro o torcedor palestrino comparecer aos jogos da equipe feminina. “Se as torcidas dos times masculinos apoiassem os times femininos, nossa história seria outra né?”.

Seu prato predileto é churrasco e batata frita. Perguntada sobre a vaidade, ela nos contou que não é de usar batom, mas usa base, ama seu cabelo, ama usar hidratantes e perfumes.Jeans ou saia? Flavia curte jeans e raramente usa saia.

Seu ídolo no futebol é David Beckham por seu estilo de jogo e também porque ele é gato. Claro! No futebol feminino, não tem pra ninguém: “Marta, melhor que qualquer jogador.” Flavia também sabe da responsabilidade de ser goleira: “Parti pro gol e o pessoal ta gostando, só que a mudança foi muito radical e meu joelho não está se adaptando. É muito diferente, muita responsabilidade. Na linha se você erra mil vezes, tudo bem. No gol é ponto perdido. Minha mae diz: agora você tem duas mãos e os sentimentos do mundo.”

Flavia com Marcão, quando ainda era meia direita
Pra finalizar, pedimos pra Flavia nos dizer qual é seu mundo perfeito do futebol feminino: “O futebol feminino sendo respeitado, incentivado, patrocinado e apreciado pelos brasileiros que ainda conhecem muito pouco da modalidade. O futebol feminino livre de preconceitos e apoiado pela mídia.”
Sobre o técnico Marcelo Frigerio, Flavia é só elogios: “Ele faz um trabalho muito bom com a gente, é excelente técnico. Tem larga experiência e é durão quando precisa, mas é amigo também, tudo na sua hora. Pede apoio pro Palmeiras, estamos precisando de patrocínio e ele dá o sangue pelo Palmeiras.”

Flavia Guedes

Promova sua página tambémEntrevistada pela Lu Castro, do site Futebol para Meninas em 4 de setembro de 2010 - LanceNET

Fonte:

http://arquivo.futebolparameninas.com.br/2010/09/04/conheca-flavia-guedes-a-goleira-das-periquitas/

http://www.futebolparameninas.com.br/2010/09/04/conheca-flavia-guedes-a-goleira-das-periquitas/

SIGA O BLOG! (CLIQUE em SEGUIR ou em PARTICIPE DESTE SITE)

26 de novembro de 2010

Mulher Atleta

Flavia Guedes
Tatiana (zagueira), Sabrina (meia direita) Flavia (goleira) e Carol (volante)
Entrevista para o site Mulher Atlete. 
Site que promove, encoraja e apoia a participação das mulheres no esporte.
Vejam a reportagem:


http://mulheratleta.blogspot.com/2010/11/entrevista-com-flavia-guedes-goleira-do.html#more


"Entrevista com: Flavia Guedes - Goleira do Palmeiras

Flavia Guedes
Flavia Guedes
 Mulher Atleta: Como iniciou no Esporte?
Flavia Guedes: Como 100 entre 100 meninas que jogam bola, eu também comecei a jogar futebol com os garotos. Desde pequena eu já demonstrava que iria ser boleira. Minhas bonecas sempre apareciam com as cabeças arrancadas. Não era nenhum sintoma de agressividade. É que as cabeças viravam bolas de futebol. Como cresci numa cidadezinha de interior (Mar de Espanha), lá pelos 6 anos ia pra rua jogar bola com os meninos. Quando tinha 9 anos, o treinador Moébio Felicíssimo montou um time de futsal com os meus amigos e me chamou pra treinar com eles. Desde o início tive apoio da minha família, que se tornou fã e torcedora e eles me acompanharam sempre, nas "peladas", nas Olimpíadas e campeonatos da Escola, nos torneios pelas cidades do interior, no núcleo do Vasco, e depois, a partir de 2009, no Benfica (meu primeiro time de Futebol Feminino, de Juiz de Fora), e, acredite tudo isso com a essa mesma alegria de hoje pelo Palmeiras, desde março deste ano.

Mulher Atleta: Esporte que Pratica? Por qual clube? Qual categoria?
Flavia Guedes: Jogo futebol de campo, pelo Palmeiras, era meia direita e a partir de julho comecei a jogar como goleira, jogo no sub17 e também no time adulto.

Mulher Atleta: Quais suas maiores e mais importantes conquistas?
Flavia Guedes: No fim do ano de 2008, quando joguei no núcleo do Vasco, foram destacados os melhores das cidades da região (zona da mata de Minas Gerais) e eu ganhei a Medalha de Prata como atacante (lembrando que eu jogava no time masculino). No ano de 2009 (um ano de partidas invictas), ainda em Juiz de Fora, joguei futebol de campo pelo Benfica e fomos campeãs pela Copa Bahamas. Fomos campeãs também da Copa Bahamas de Futsal Feminino, representando o colégio onde estudava (Instituto Vianna Júnior), e também vencemos os Jogos Intercolegiais que é um campeonato que elege os melhores atletas da cidade, e eu fiquei com o troféu de “Melhor Jogadora de Futsal” na categoria infantil. Dos campeonatos que participei pelo Palmeiras fomos vice-campeãs na Copa Mulher de 2010, campeãs nos Jogos Regionais de Itu 2010 (fomos emprestadas ao time de Itatiba) e em andamento estamos na Taça Cidade de SP Sub 17 classificadas para a semifinal e na Taça Jaguariúna jogamos a 1ª partida vencendo por 6x2.

Mulher Atleta: Acompanha outros Esportes? Quais?
Flavia Guedes: Pouco, pela televisão acompanho ás vezes, os jogos de vôlei da Seleção Brasileira. O meu tempo é curto, saio de casa de manhã cedo para o Colégio e de lá já sigo para treinar no Palmeiras todos os dias, chegando em casa à noite pra ainda estudar e fazer as tarefas e nos fins de semanas sempre temos jogos.

Mulher Atleta: Quais seus ídolos?
Flavia Guedes: No quesito “gato” é David Beckham. Kaká foi minha primeira referência como jogador e também pela comportamento fora do campo. Embora não seja da minha geração, mas pelos vídeos e reportagens que vi, pelo que meus pais contam, tenho grande admiração pelo Zico, ex-jogador do Flamengo e, sobre ele, os melhores adjetivos são insuficientes para defini-lo, um craque completo. E Marta, como não poderia deixar de ser, a maior, a melhor do mundo, a inigualável e imbatível 4 vezes consagrada, por enquanto.

Mulher Atleta: O que é ser atleta? E quais seus objetivos como atleta?
Flavia Guedes: Fui criada pra ser uma atleta. Minha mãe sempre disse isso pra mim desde pequena. Não importava se seria jogadora de um time importante como Palmeiras, se um dia chegaria ou chegarei à Seleção Brasileira, mas tava escrito que seria uma atleta. Nas olimpíadas escolares sempre me destaquei em muitos esportes onde colecionei medalhas e honras (handebol, basquete, peteca, tênis de mesa...), venci 2 corridas de rua em 2007 e 2008 sem treino nem preparo, e jogava futebol o dia inteiro quando criança, adolescente. Não ia pras baladas com as minhas amigas porque queria acordar cedo pra jogar bola. Não bebo, não fumo, e acho que uma atleta tem que ter não só dedicação e paixão, mas também atitude. O que me falta para ser uma atleta: Comer mais frutas, legumes e verduras (rsrsrsrs), mas estou progredindo... Este é o meu pecado.

Mulher Atleta: Como foi a temporada 2010 e o que espera de 2011?
Flavia Guedes: O time feminino do Palmeiras começou seus trabalhos este ano, em março/abril logo após a seleção das jogadoras. Foi um ano de muita luta porque não contamos com patrocínio, o que é a maior dificuldade enfrentada pelos times femininos no nosso país. Sabemos que é difícil manter uma equipe sem apoio financeiro e fazer um time competitivo como foi o Palmeiras este ano. Tivemos o apoio fundamental do Projeto Pedra Azul, a dedicação da equipe técnica (Giotto, nosso técnico Marcelo Frigério, o Diretor “Dema”) que foi extraordinária e permitiu que driblássemos as adversidades e a ajuda também dos familiares, sem os quais não chegaríamos até aqui. Nós mantemos a esperança de que em 2011 venham os patrocinadores e digam: “Mostrem ao Brasil que o país do futebol se orgulha do Futebol Feminino!”

Mulher Atleta: História engraçada?
Flavia Guedes: Não me lembro de nada assim, engraçado. Mas um fato curioso sobre minha trajetória é a minha história como goleira. Quando criança, ninguém gostava de pegar no gol e então tínhamos que revezar democraticamente e minha mãe ficava brava com medo de que eu batesse a cabeça na trave e acontecesse algo terrível. Por outro lado ela dizia que eu tinha o reflexo muito rápido, e acabava me admirando. No entanto, nunca pensei em jogar nessa posição. Até que, num dia de treino do Palmeiras, as goleiras faltaram e fomos pro rodízio. O preparador de goleiras Claudionor estava lá e chamou a atenção do Marcelo (técnico) sobre mim. Ele me propôs ser goleira e eu aceitei o desafio muito feliz com o que eles me disseram. Cheguei em casa e contei pra minha mãe e ela me perguntou: “Filha, você não vai bater a cabeça na trave?” Mas, coruja, logo lembrou que já havia dito que eu era esperta pra isso e me apoiou, como sempre.

Mulher Atleta: A Mulher Atleta sofre algum tipo de discriminação no meio esportivo? Se sim, qual?
Flavia Guedes: Em termos gerais, toda vez que a mulher se “insubordinou” ao homem foi reprimida e punida. Ela encontrou dificuldades em quase todas as modalidades esportivas no início de sua participação. O “dominante masculino” tem sido vencido a cada batalha mas sempre com muita luta e coragem. No futebol, não está sendo diferente. Os falsos mitos vêm sendo derrubados à medida que as pessoas conhecem a modalidade. Desmistificamos a “masculinazação” das jogadoras e mostramos que jogamos futebol como mulheres, assim como o vôlei feminino é diferente do masculino e nos demais esportes o mesmo acontece. Com o tempo as pessoas começam a compreender isso e acho que, quando a mídia levar mais o futebol feminino pra dentro das casas dos brasileiros, eles terão a oportunidade de apreciar o que estamos fazendo.


Mulher Atleta: Qual a sua opinião sobre a Inclusão no Esporte?
Flavia Guedes: Muito se fala na inclusão, mas o processo de exclusão é antigo e persiste no Brasil. A estrutura da nossa sociedade priva os nossos milhares de necessitados especiais de encontrar meios de superação, exercer a própria liberdade e praticar algum esporte com as adaptações necessárias. O que se espera do governo é que ele dê alta prioridade política e financeira e faça maiores esforços tanto para a inclusão social quanto dos que têm necessidades especiais principalmente nas comunidades mais carentes, oferecendo mais qualidade de vida e proporcionando aos jovens a possibilidade da prática esportiva em todos os setores.

Dela para Marta (Futebol):
Flavia Guedes: Eu perguntaria à Marta qual o sentimento ao ser eleita 4 vezes como a melhor jogadora de futebol do mundo sabendo que nenhum homem atingiu esta marca e que ainda assim, o país que ela representa, que é o país do futebol, ainda não apóia o Futebol Feminino e não oferece condições para que os atletas se desenvolvam como poderiam e mereciam.



Dela para Ela: O que falta para o Futebol Feminino do Brasil?

Flavia Guedes: Da parte das jogadoras, há total determinação, vontade, garra, superação. Da parte técnica, os esforços, a luta diária pra manter uma equipe competindo, às vezes, parece milagre o que eles conseguem fazer. O Futebol Feminino do Brasil é muito mais reconhecido lá fora do que aqui. E ele pode ser tão grandioso e tão apreciado quanto o masculino assim que os brasileiros o descobrirem, conhecerem e reconhecerem o seu talento. Falta dinheiro para estruturar e dar condições às jogadoras de se dedicarem profissionalmente ao esporte. Falta patrocínio, mídia, divulgação ampla. Precisamos do mesmo tratamento que os jogadores de futebol recebem. Resumindo, falta a igualdade, equivalência de direitos"

Do site Mulher Atleta - www.mulheratleta.com.br



Nenhum comentário:

Postar um comentário